Laboratórios Baffi: uma estimada história de quase 50 anos

Carolina Freitas

Para o psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Jung, ainda que conhecidas as teorias e dominadas as técnicas da Medicina, é a maneira como se toca uma alma humana que torna um profissional estimado. Fundado por um médico que soube olhar através dos pacientes, assim permanece, após quase 50 anos, o laboratório que leva seu nome: Baffi.

Foto: Divulgação – Arquivo/Laboratórios Baffi

Apreciado pelo cuidado com o outro, Domingos Carlos Baffi saiu de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, para se dedicar à Medicina no Rio. Na capital, conheceu a esposa, Denize da Silveira Baffi; e, em Petrópolis, fundou junto dela e dos médicos José Marcos Cordeiro e Daniel Alonso Del Rio um centro de atendimento a portadores de hemopatias.

Sob o nome de Serviço de Hematologia Ernesto Baffi, em homenagem ao pai de Domingos, falecido quando este tinha 8 anos, o empreendimento, já em seus primeiros anos, traduziu a dedicação do paulista ao propósito da profissão. Denize da Silveira Baffi, hoje aos 74 anos, relembra com carinho o temperamento doce, mas de fortes convicções do marido.

Foto: Divulgação – Arquivo/Denize da Silveira Baffi

Requisitado com frequência em Petrópolis por seu irmão, o obstetra Paulo Baffi, o hemoterapeuta e hematologista se destacou não simplesmente por seus pareceres e formação, mas pela relação desenvolvida junto aos pacientes. Afinal, Domingos fazia questão de ampará-los em momentos de fragilidade e necessidade. 

“Fosse em forma de dinheiro, doação, tratamento ou prolongamento de estudo, ele ajudava. Depois que ele faleceu é que vim a saber de muita gente que ele ajudava em segredo. Ele tinha uma opinião própria muito forte e, em contraposição, um olhar muito amoroso a quem precisasse”, descreve Denize.

Foto: Divulgação – Arquivo/Denize da Silveira Baffi

Compromisso reafirmado

Criados com base na união, Denize se orgulha em dizer que, hoje, são os filhos do casal que trabalham para preservar o legado construído por ela e pelo falecido marido. Sem nunca, contudo, ter “tirado os pés” da empresa, a matriarca – formada em Serviço Social e Administração Hospitalar – continua a aconselhar e orientar o grupo.

Foto: Divulgação – Laboratórios Baffi

Nascidas com um ano e um mês de diferença, Carlina e Fabiana Silveira Baffi, de 47 e 48 anos, respectivamente, foram as primeiras a trabalharem no laboratório. Atuantes na gestão da empresa, elas trabalham para dar continuidade à conduta de responsabilidade e zelo do pai, ao mesmo tempo em que investem em implementações e melhorias.

“Meu pai tinha um amor enorme pela Medicina e isso nos sensibilizou muito quando criança. Temos trabalhado para crescer, mas sem perder a identidade da família Baffi”, descreve Fabiana, que recorda, ainda, os dias passados no laboratório na infância e os aprendizados que, desde cedo, passaram a compor sua essência e a dos irmãos.

“Meu pai levava crianças com problemas gravíssimos para a nossa casa para tratamento. Às vezes elas dormiam no meio de mim e da minha irmã. Nós brincávamos, dávamos chupeta. Ele sempre acolheu muito e colocou isso no nosso sangue, essa questão humanística”, descreve com satisfação.

Da mesma forma, Carlina, que teve na empresa seu primeiro e único emprego, ressalta o comprometimento da família com a qualidade e o acolhimento, seja entre os funcionários ou pacientes. “Apesar de sermos uma empresa que cresce bastante, permanece a liberdade de falar com a gente independente do setor, esse carinho, essa amizade mútua”. 

Foto: Divulgação – Arquivo/Laboratórios Baffi

Fruto da conduta da família Baffi é a satisfação de quem contribui com a história da empresa e a tranquilidade de quem sabe que é bem atendido. “Somos o único laboratório da Região Serrana acreditado pelo Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) nos moldes do Colégio Americano de Patologia Clínica”, diz Carlina.

Próximo de completar, em 2023, meio século de história, o laboratório tem como diretor o médico patologista clínico Luciano Silveira Baffi, de 44 anos. Mais jovem se comparado às irmãs, ele se equipara a elas pelo comprometimento com a causa. “Estou aqui desde que me formei, em 2005. Meu pai foi um grande professor”.

Foto: Divulgação – Arquivo/Denize da Silveira Baffi

Incorporada, no princípio dos anos 90, ao Laboratório Bretz, a instituição se revelou um somatório de forças e capacidades ao longo dos anos. “Meu pai se mudou para Petrópolis em doação à população. Somos um laboratório acessível, que também busca tratar cada cliente como se fosse um parente”, reforça Luciano. 

Inspirado pelo Sr. Domingos, que sempre se revelou alcançável, o Laboratório Baffi faz o mesmo. Comprometido em ajudar, o grupo, que tem em suas raízes o valor da família, preserva a tradição, sem negar a expansão; ao mesmo tempo em que comprova o que diz Carl Jung, que um profissional estimado é ditado pela forma como toca uma alma humana.

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