Moto Mundi: colecionando amizades

Carolina Freitas

Se quatro rodas movem o corpo e duas rodas movem a alma, é certo que a equipe por trás da Moto Mundi, em Petrópolis, tem movido montanhas e expandido horizontes. Rumo a meio século de fundação, a tradicional concessionária coleciona memórias e divide o orgulho de uma história trilhada em conjunto rumo a uma mesma direção: o sucesso.

Fotos: Arquivo Moto Mundi

Normalmente as estradas mais amadas pelos motociclistas são aquelas que proporcionam belas visões do cenário ao entorno, e numa caminhada de quase 50 anos é certo que a Moto Mundi já muito viu e viveu. Em um percurso não necessariamente linear, é com base no companheirismo que a equipe reduz o impacto dos obstáculos e vê beleza na rotina.

Conta-se que foi dada partida à Moto Mundi em 1973, quando o Sr. Leal adquiriu a concessionária em Petrópolis. Engenheiro da Fábrica Nacional de Motores e ex-piloto da Força Aérea Brasileira, ele se mudou para a Cidade Imperial e nela se estabeleceu com a esposa, dona Carmen, e cinco filhos – Elizabeth, Ricardo, Paulo, Ivo e Carlos.

Fotos: Arquivo Moto Mundi

Explica um deles, Ricardo Lyra Leal Ferreira, de 67 anos, que desde então a empresa é mantida e administrada em família. Com a organização da mãe e a visão de negócio do pai – que já na década de 70 enxergava a motocicleta como um dos transportes do futuro – os irmãos foram capazes de consolidar sólidos pilares que os regem até hoje.

Do primeiro endereço, na Rua Irmãos D’Angelo, 59 – onde operava a venda de motos e peças – e oficina localizada na Rua Floriano Peixoto, 310/314, a Moto Mundi, gradualmente, conquistou seu espaço. Com boa parte de sua história vivida num casarão histórico na Washington Luiz, 1.076, a concessionária atua, desde 2011, no Quitandinha.

Foto: Petrópolis Sob Lentes

Ambiente em que um ajuda o outro, a constante missão do grupo – já bem-sucedida há anos – é fazer dele sinônimo de respeito. “A primeira satisfação que eu tenho é que eu posso sair para onde eu quiser e saber que a Moto Mundi está bem entregue. Onde se gera confiança, não tem preço. A segunda é fazer dela uma família unida”, expressa Ricardo.

Única representante da Yamaha em Petrópolis e terceira concessionária mais antiga do país, a empresa chegou a ser convidada para conhecer a fábrica da marca no Japão, em 1992, pela excelência na assistência técnica oferecida. “Sempre despontamos como uma das cinco melhores em termo de assistência no Brasil”, exprime, com orgulho, Ricardo.

Do conserto à venda

Tal qual as origens da motocicleta, criada de maneira modesta para depois avançar em estrutura e velocidade, a Moto Mundi também evoluiu com o tempo. Hoje responsável pela venda de motos, peças e acessórios, além da realização de financiamentos e consórcios e atendimento de garantia e recall, a empresa tem cerca de 19 mil clientes cadastrados.

Fotos: Petrópolis Sob Lentes

Parte dele atribuído a seu público fiel, o sucesso da Moto Mundi em muito se deve ao corpo de funcionários constituído ao longo dos anos. Tânia Gonçalves Fernandes tem 58 anos e há quase 44 deles é colaboradora da família Lyra. Primeiro e único emprego, ela revela que teve na figura do que deveriam ser seus patrões, seus segundos pais.

“O Sr. Leal era um doce de pessoa e a Dona Carmen sempre muito firme, ativa. Tudo que eu sei da minha vida eu devo a eles. Não deu muito tempo a chave da loja já estava nas minhas mãos”. Proativa, Tânia começou sua jornada na recepção da oficina, mas não demorou a aprender também a cumprir as demandas do escritório administrativo.

Tamanho é o carinho tido pela família que constitui seu ambiente de trabalho que a petropolitana levou também sua irmã, Denise Gonçalves Fernandes, de 55 anos, a somar com a empresa. Admitida em 1989, Denise, a exemplo de Tânia, excedeu expectativas e, do escritório, passou a atuar no caixa, migrando depois para o departamento de peças.

“Eu convivi mais com eles do que com a minha própria família. Fomos crescendo junto com a firma. São pessoas que você pode contar. A dona Carmen nos representa. É uma pessoa íntegra e exemplo de tudo: mãe, patroa”. Próximo a elas, na oficina está Bruno Marcos Botelho, de 48 anos. Sucessor de seu tio na Moto Mundi, ele faz elogios à empresa.

“Eu fiz minha vida aqui. Conheci a Moto Mundi primeiro para só depois conhecer a minha esposa. Não temos nenhum setor melhor do que o outro. Os setores estão interligados e funcionam alinhados”, pontua Bruno, que tem na figura de Euzébio Pinto da Silva Neto, de 58 anos, um de seus parceiros no ambiente de trabalho.

Com mais de 20 anos de firma, ele aponta a empresa como uma das grandes responsáveis por lhe abrir portas e garantir a sua qualificação. “Quando eu era menino via o pessoal mexendo embaixo de moto, caminhão, e queria saber o que eles faziam”. Enviado a Guarulhos para um curso de mecânico, ele não é o futebolista, mas o Euzébio bom de mecânica.

Em uma longa estrada em que a cada parada se fazem novas amizades, cresce também com o tempo a certeza da Moto Mundi trilhar um caminho satisfatório pautado pelo companheirismo e pela excelência nos serviços prestados. Em família, mesmo os percursos mais desafiadores vêm acompanhados de oportunidades e da alegria de estar junto.

Foto: Petrópolis Sob Lentes

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